Inovação Incremental e Antibióticos

Quando pensamos em novos medicamentos imaginamos produtos inovadores, oriundos de inovações radicais. Entretanto, muitas inovações podem ser focadas na melhoria de produtos já existentes, aumentando sua eficácia ou atendendo necessidades específicas em certas indicações.

Quando pensamos em novos medicamentos imaginamos produtos inovadores, oriundos de inovações radicais. Certamente este é um dos cenários que move a indústria farmacêutica. Entretanto, muitas inovações podem ser focadas na melhoria de produtos já existentes, aumentando sua eficácia ou atendendo necessidades específicas em certas indicações.
Para falar sobre o panorama da antibioticoterapia e a possibilidade de desenvolvimento de produtos com inovações incrementais neste segmento, o Clube de Novos Negócios recebeu a visita do Dr. Carlos Kiffer, médico infectologista, professor da Universidade Federal de São Paulo e membro da empresa GC 2, especializada na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.
Em sua palestra, dirigida a um grupo formado por aproximadamente 30 participantes do Clube de Novos Negócios e seus convidados, o Dr. Kiffer apresentou um panorama atual do mercado de antibióticos e as perspectivas de novos produtos.
Segundo ele, nos últimos anos, há uma retração na pesquisa e lançamento de novos agentes antimicrobianos. Esta situação gera um problema sério para o tratamento de infecções tanto no ambiente hospitalar quanto no setor ambulatorial. Muitas infecções que anteriormente eram tratadas sem a necessidade de internação dos pacientes agora tem como premissa a hospitalização devido a necessidade de utilização de antibióticos mais potentes.
No ambiente hospitalar este quadro se repete, pois, bactérias multi-resistentes tendem a desafiar os tratamentos convencionais.
Neste cenário, o surgimento de novos antibióticos é uma necessidade, porém, a adequação de produtos já existentes pode trazer novas armas que certamente ajudarão aos médicos nesta corrida contra as infecções.
Segundo Kiffer, o desenvolvimento de inovações incrementais, que consistem em novas apresentações, formas de aplicação, associações e formulações tendem a chegar ao mercado mais rapidamente, auxiliando a recomposição do arsenal terapêutico no curto prazo.
Já os novos antibióticos, resultante de novas moléculas ou moléculas antigas modificadas, demandam maior tempo de pesquisa e desenvolvimento, podendo ou não obter sucesso ao final do seu desenvolvimento.
Neste sentido, foi apresentada a “iniciativa 10 x 20” proposta pela IDSA – Infectious Disease Society of America . Nesta ação é esperado que as empresas farmacêuticas e centros de pesquisa e desenvolvimento tragam dez novos antibióticos ao mercado até o ano 2020, diminuindo assim a carecia de novos produtos neste segmento.